Yumeh Issagawa

– Tio Hélio, vem ver como a Lua está grande hoje! – Não dá! Estou conversando! Pode ser um cliente novo. Ou algo mais interessante. Voltei à minha conversa por internet. – Você está ocupado? – dizia a mensagem de um desconhecido. – Não, não. É só meu sobrinho me chamando para ver alguma coisa. Nada importante. – Que bom, às vezes me sinto muito solitária. Opa!   – Seu nome é bem bonito! Significa Sol, não é? – a estranha continuou – Isso. Mas não gosto muito. – Ah, é lindo! Praticamente o nome da minha inspiração! Minha razão de ser! Nossa, que atirada! Bom, vamos ver ... –  Que bom que alguém gosta do meu nome. Me fala, porquê você não tem foto? Você é loira, morena? – Branca. – O que mais? – Branca. – ... ok, então. – Sabe, é um pouco triste quando todo mundo fala que não tenho luz própria e que só me aproveito do brilho dos outros. Ótimo! Agora tenho cara de terapeuta. Mas, não custa nada ser gentil. – Eu acredito que cada um possa ter seu própr

Eu estava irritado. Me lancei para dentro do meu escritório e tranquei a porta. Precisava respirar. O que fazer da vida?  O que eu quero para o meu futuro?  É muita pressão! Já não basta estarmos morando juntos? Já foi um passo grande! Vamos um por vez!! Eu nem sei o que vai acontecer daqui uma semana! Apenas coloquei música para tocar no aleatório e me larguei na cadeira. Fui me deixando envolver por uma guitarra alegre. Ótimo. Um pouco de alegria. Talvez seja o que eu preciso. No segundo seguinte, quase caí para trás com a cadeira e tudo.  Um cachorro!  É!  Um cachorro materializou na minha frente! Não! Não tenho cachorro! Sim! A porta estava trancada! Não, mais estranho que um cachorro ter surgido do nada no meu escritório: Ele está sorrindo!  Estranhamente igual o cachorro que aparece na música O portão. O cachorro que recebeu o dono dele, sorrindo.  Outra mais estranha ainda: Ele estava falando comigo! – Muito prazer! Eu sou o Seu Futuro! P

Dentro de um carro com os vidros embaçados, em uma avenida grande da zona norte, provavelmente já perto da meia noite, estavam dois indivíduos… entrarei em mais detalhes sobre a relação entre esses dois mais tarde. Estava bem frio lá fora. Assim como está hoje. Naquele dia, ele a protegeu do frio, e esse foi um dos primeiros gestos de carinho. E os amigos estavam se tornando próximos. Hoje, se aconchegam em um lar que os aquece. E os namorados vêm se tornando os parceiros da vida. Hoje, o casal admira sua árvore preferida, e, de vez em quando, dá uma olhada para aquele casal, lá em 2014, dentro do carro. Faltava um passo grande. Os dois transbordando de desejo, mas envoltos em nervosismo e corações enlouquecidos com tantas emoções. Ela estava com frio, mas suas bochechas pareciam se comportar totalmente contra a temperatura real. A distância entre o banco do motorista e do passageiro se tornava um abismo. Dava para pular e atravessar para o outro lado. Não tinha como cair. Mas