Eu recomendando série da Netflix! rsrs

    Assisti a uma série da Netflix chamada Samurai Gourmet, o nome não tinha me chamado muita atenção, acho que tinha ouvido falar dele antes, ele foi lançado em 2017. Estava buscando algo japonês, às vezes me bate essa vontade, deve ser algo natural de mim, que pede para voltar às raízes. Me deparei com esse senhorzinho comendo um belo lamen. O reconheci como um ótimo ator, geralmente, gosto de reconhecer atores pela obra em que o vi, mas esse em especial, não consegui lembrar de um só. Geralmente ele faz coadjuvantes, mas muito marcantes. Devo tê-lo visto em novelas que assisti com minha mãe durante a minha adolescência. Sei que sua voz é bem marcante, assim como sua presença. Devo ter sentido medo dele em algumas obras também.
    Sabe quando você entra sozinho em algum restaurante pela primeira vez? Você fica mais falando para si mesmo e rezando para que os funcionários ou outros clientes não estejam observando suas expressões e reações à tabela de preços ou cardápio? E, dependendo da qualidade desse estabelecimento, a experiência acaba se tornando inesquecível? E acaba até contribuindo para nosso desenvolvimento pessoal também? Sempre uma nova experiência traz muito aprendizado. E isso se aplica a um pacato senhorzinho de 60 anos que acabou de se aposentar de uma vida inteira como assalariado em uma pequena vila no meio do Japão? Se aplica a todos nós.
    Eu adoro comer sozinha. Devo ser um pouco antissocial pela visão de meus colegas de trabalho, isso antes de entrarmos em quarentena, claro. Adorava conhecer novos restaurantes pelas vizinhanças do meu serviço. Meus tesouros acabavam sendo os restaurantes mais vazios. Aqueles em que o dono ou os funcionários conseguem ter um tempinho para te tratar um pouquinho melhor e com algum toquinho de exclusividade, a ponto de, por algum sexto sentido de quem trabalha com pessoas, conseguiam saber quando era o dia que eu queria conversar ou simplesmente ser deixada em paz com minha leitura. Essas pessoas brilham tanto aos meus olhos! Essas pessoas conseguem tirar alguns cascos bem grossos que criamos a cada situação desagradável que vivemos enquanto pessoas, enquanto adultos, enquanto abandonamos a criança interior. Essa criança volta com tudo quando descubro essas pessoas preciosas. Essa criança vem correndo com seu melhor sorriso banguela, querendo fazer mil perguntas, querendo contar tudo que já descobriu em seu começo de vida, querendo escrever cartinhas à senhorinha que, praticamente, curou seu joelhinho machucado na brincadeira boba dos amiguinhos. As pessoas preciosas conseguem arranjar tempo para ouvir essas crianças que aparecem de dentro de alguns adultos que precisam se chamar de adultos. Dão lhes a folga de carregar esse título do adulto. Preparando e servindo uma comida muito semelhante àquela que aquele ser querido colocava em sua boca quando você ainda não sabia usar o garfo.
    Quando assisti Ratatouille, da Pixar, sabe aquela cena em que o crítico come o Ratatouille? Eu nunca me esqueço da reação de uma pessoa muito querida na hora dessa cena. Foi incrível. Foi lindo! E eu queria mais daquilo também.
    Essa série, da qual eu estava falando quando comecei este post, é como se fossem várias cenas dessa. Se você assistiu Ratatouille com atenção, deve saber do que estou falando.
    Então, sim, recomendo muito Samurai Gourmet!! Ninguém está me pagando para fazer esta propaganda! É maravilhoso! E agora que acabei de assistir o último episódio, preciso preencher este buraco que se criou dentro de mim (além do buraco no estômago, por que o negócio dá fome, esteja preparado!) compartilhando sobre todas as sensações boas que essa série me causou! É curto! Apenas 12 episódios. Vi em três dias. Bom apetite!
    Agora, com licença, vou preparar algo para eu comer... de novo! Lado bom de ficar muito tempo em casa? Talvez! Quem decide sou eu, certo? Itadakima~su!

Comentários

  1. Agora vou me programar pra assistir a série Samurai Gourmet e o Ratatouille! hahaha

    Você me fez lembrar do que minha psicóloga/couch disse esses dias: os bebês aprendem a andar e a falar - andando e caindo, falando errado na tentativa de expressar o que realmente quer - e os bebês não têm nenhuma preocupação de estar fazendo 'tudo errado', pelo contrário, é natural... são comportamentos instintivos.

    Se não fosse a cultura e a sociedade, acho que todos nós seríamos mais 'nós', mais 'eu'. E não teríamos nos transformado em 'adultos' que 'precisam se policiar' em não expressar 100% dos seus sentimentos, ações e reações, por não ser pertinente ou coisa do tipo...

    Você tocou num ponto que vem me inquietando há uns dois anos: até que ponto deixamos de sermos nós mesmos? Né... Seria tão mais leve mantermos a nossa própria essência... <3

    Obrigada pelo ótimo texto. Vou refletir sobre. :)

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    Respostas
    1. Obrigada pelo comentáriooo!!! Exatamente isso que me pega muitas vezes!! A gente se acostumou a ouvir frases feitas do tipo seja você mesmo, mas, na prática, será que a gente ta conseguindo mesmo?

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